Alex Rodrigues e Sofia Pombares, de Pinela e Podence, respetivamente, estão nomeados para o Prémio Nacional de Artesanato. As candidaturas estão neste momento em fase de votação aberta ao público até dia 18 de dezembro.

Em Podence, no concelho de Macedo de Cavaleiros, a loja do Careto é um atrativo para quem visita a aldeia. Sofia Pombares é um dos rostos que dá vida aos Caretos de Podence, através do artesanato produzido na sua oficina. Agora, está nomeada para o Prémio Nacional de Artesanato, na categoria de “empreendedorismo novos talentos”, realizado bianualmente, com o objetivo de valorizar e incentivar a produção artesanal.

“Estar entre os finalistas para o prémio é sem dúvida um reconhecimento e valorização do meu trabalho da minha caminhada no mundo do artesanato. Dentro dos candidatos dos novos talentos sou a candidata mais jovem com apenas 24 anos e com este tipo de trabalho artesanal. Independentemente do resultado, estou muito feliz pela nomeação”, contou a artesã.

Na categoria de “investigação” Alex Rodrigues, natural de Pinela, no concelho de Bragança, tenta também a sorte de vencer este prémio.
O “Prémio Investigação” do Prémio Nacional de Artesanato 2023, destina-se a distinguir trabalhos de investigação em temas relacionados com as artes e ofícios portugueses, que permitam um melhor e mais qualificado conhecimento das produções artesanais, do seu valor identitário e das suas potencialidades, contribuindo dessa forma para um maior reconhecimento social e para a promoção destas atividades.

“Como doutorando finalistas da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) em Desenvolvimento, Sociedades e Territórios, cuja tema de investigação da tese aborda o empreendedorismo artesanal, nomeadamente quais os seus contributos no desenvolvimento sustentável de territórios de baixa densidade transfronteiriços, entendemos (eu e mais dois autores – Prof. Carla Marques e Prof. Veland Ramadani), com os resultados obtidos no nosso segundo artigo científico publicado em abril 2023 – “Empreendedorismo Artesanal, Resiliência e Desenvolvimento Sustentável: O modelo de Inovação da Quintuple Helix aplicado em territórios de baixa densidade transfronteiriços”, que teríamos aqui “matéria científica”, fruto de um trabalho de campo desenvolvido em cinco concelhos do distrito de Bragança (Vinhais, Bragança, Vimioso, Miranda do Douro, Mogadouro e Bragança) e na Província de Zamora, para concorrer ao referido prémio”, explica.

Neste trabalho, o artesão e a sua atividade artesanal estiveram no centro da investigação, permitindo analisar e definir cada um dos entrevistados, relativamente ao seu perfil cultural e tradicional, e também, à sua orientação empreendedora.

Segundo o candidato, os artesãos são indivíduos empreendedores cujas peças artesanais transmitem os valores e ensinamentos das suas comunidades. “Inovação, tecnologia, sustentabilidade e economia circular num ambiente familiar, onde dedicação, resiliência, felicidade e trabalho árduo transmitem uma identidade que coloca o artesão e a sua atividade artesanal como forças motrizes contributivas para o desenvolvimento do seu território, e do património cultural e identitário do mesmo”, explica.

“Claro que esta nomeação significa muito para nós, pois, no nosso entender, através deste reconhecimento também se valorizam de forma geral todos os artesãos, e, de uma forma particular, os artesãos transmontanos e espanhóis, que, de forma resiliente, mantêm viva a Cultura”, refere Alex Rodrigues.

O Prémio Nacional de Artesanato é promovido pelo IEFP, sendo constituído por seis categorias: prémio grande carreira, prémio empreendedorismo e inovação, prémio jovens talentosos, prémio investigação, prémio promoção para entidades privadas e prémio promoção para entidades públicas.

Foram escolhidos cinco finalistas em cada categoria e a votação online, que conta como um elemento do júri na decisão final, decorre até ao dia 18 de dezembro.

Jornalista: Rita Teixeira

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