A CPCJ do concelho recebeu um convite do comissário que representa o Instituto de Emprego e Formação Profissional de Mirandela, para a realização da iniciativa de hoje e que marca o fim da campanha do Mês Contra os Maus-Tratos na Infância.

A iniciativa reuniu cerca de 140 pessoas para formarem um laço. Todos os convidados e participantes foram vestidos de azul para o Centro de Apoio à Criação de Empresas (CACE), na Zona Industrial de Mirandela.

O movimento do laço azul, começou em 1989 nos Estados Unidos, criado por Bonnie W. Finney depois de descobrir que os netos estavam a ser vítimas de maus-tratos por parte dos pais. Para lidar com assunto, Finney atou um laço azul à antena do carro. A cor foi escolhida com a finalidade de representar os corpos magoados e nódoas negras das crianças.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) caracteriza como abusos ou maus-tratos às crianças, “todas as formas de lesão física ou psicológica, abuso sexual, negligência ou tratamento negligente, exploração comercial ou outro tipo de exploração, resultando em danos atuais ou potenciais para a saúde da criança, sua sobrevivência, desenvolvimento ou dignidade num contexto de uma relação de responsabilidade, confiança ou poder”.

Foi solicitado pela Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens (CNPDPCJ), que simbolicamente às 11h30 o laço fosse formado e foi o que aconteceu sob um céu nublado, mas com um grupo de participantes animado e colorido.

“Acolhemos com todo o empenho, dedicação e gosto. Porque mudamos o paradigma, todas as escolas fazem este laço humano, explicam ás crianças mas também é importante explicar aos adultos. Cabe-nos muito o dever da promoção, da prevenção e da proteção e para nós foi um gosto fazer aqui o laço azul.” disse a Presidente da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Mirandela, Matilde Machado.

A Presidente afirma ter consciência que não é num mês que se previne os maus tratos na infância, “não são 30 dias , mas sim 365 dias ao ano.”

A par desta iniciativa a CPCJ lançou um desafio ao Agrupamento de Escolas de Mirandela, onde deram uma formação em contexto escolar no dia 15 de abril, a cerca de 60 Assistentes Operacionais, “porque consideramos que são efetivamente parceiros de excelência, neste mote da prevenção. Muitas das vezes, são eles que se apercebem das situações nos intervalos sobre o que se pode estar a passar de menos positivo com as crianças e os jovens.”

Esta ação deu á CPCJ do Município de Mirandela, um sentido de direção “Ficamos com um sentimento muito positivo. Percebemos que mais do que a questão da prevenção, precisamos de saber onde nos dirigir, quando existe alguma questão que achamos que não pode estar dentro da normalidade.”

Matilde Machado afirma que a sinalização de maus tratos tem aumentando. A preocupação da CPCJ está focada no abandono escolar que tem vindo a aumentar de ano para ano.

Jornalista: Mafalda Morais

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