O risco de pobreza em Portugal caiu em 2024 para o valor mais baixo dos últimos 20 anos, mas continua a afetar cerca de 1,7 milhões de pessoas, entre as quais aproximadamente 300 mil crianças.
Os dados mais recentes indicam que 15,4% da população vivia em risco de pobreza no último ano, uma descida significativa face a 2023. Este indicador refere-se às pessoas com rendimentos anuais abaixo do limiar considerado mínimo para assegurar condições de vida adequadas.
A redução da pobreza verificou-se em todos os grupos etários, sendo mais expressiva entre a população idosa, o que contribuiu de forma decisiva para a descida global. Ainda assim, Portugal mantém-se entre os países da União Europeia com maior incidência de pobreza e exclusão social, situação que afeta quase um quinto da população.
Entre as crianças e jovens, a diminuição foi mais limitada. A pobreza infantil continua a ser mais elevada entre adolescentes, em famílias monoparentais, sobretudo chefiadas por mulheres, e em agregados familiares numerosos. A maioria das crianças pobres vive em famílias onde o principal rendimento provém do trabalho, o que evidencia a existência de pobreza mesmo entre pessoas empregadas.
A incidência da pobreza infantil é mais acentuada nas grandes áreas urbanas, em especial na Grande Lisboa e na região Norte, e é particularmente elevada entre crianças com pais de nacionalidade estrangeira.
Apesar de alguma melhoria nas condições de vida, uma parte significativa da população continua sem capacidade para responder a despesas inesperadas. Os dados mostram ainda que, sem o apoio das transferências sociais, a taxa de pobreza em Portugal ultrapassaria largamente os 40%, sublinhando o papel essencial das políticas sociais no combate às desigualdades.
Jornalista: Luís Eduardo Lopes
Foto: DR



















