A Presidente da Câmara Municipal de Sabrosa, Helena Lapa, manifestou preocupação com a sucessiva ocorrência de incêndios no concelho, considerando ser “muita coincidência” haver três grandes fogos em menos de um mês. A autarca admitiu ainda a possibilidade de existir uma “mão criminosa” por trás das ignições, de acordo com o Jornal de Notícias, que cita a Agência Lusa. O mais recente incêndio deflagrou esta domingo, 24 de agosto à tarde, em Paradela de Guiães, no concelho de Sabrosa, distrito de Vila Real. As chamas consumiram áreas de mato e pinhal, espalhando-se por entre várias aldeias da região.
Este é já o terceiro incêndio de grandes dimensões a atingir o município desde o início de julho. Os dois anteriores afetaram, primeiro, a zona de Souto Maior e, depois, a área de São Cibrão, com propagação até São Martinho de Anta. Juntos, os dois primeiros incêndios terão consumido aproximadamente 1.500 hectares.
O fogo recente terá tido origem em dois pontos distintos, o que, segundo informações recolhidas pela autarquia, reforça as suspeitas de origem intencional. Esta zona específica do concelho ainda não tinha sido atingida por grandes incêndios, embora já tivessem ocorrido tentativas rapidamente controladas.
A evolução das chamas foi rápida ao longo da tarde, mas ao cair da noite as condições começaram a ser mais favoráveis ao combate, com o reforço dos meios no terreno e o apoio das condições meteorológicas, como o aumento da humidade e a queda das temperaturas.
Segundo o Comandante sub-regional do Douro, José Requeijo, duas frentes ainda permaneciam ativas pelas 22h00, cada uma com cerca de um quilómetro de extensão, mas situadas em áreas acessíveis às equipas de combate. Não foram registados danos em habitações nem se tornaram necessárias evacuações, embora o fogo tenha chegado a aproximar-se das aldeias de Sobrados e Fermentões.
A situação no concelho de Sabrosa insere-se num contexto nacional alarmante. Desde julho, Portugal continental tem sido fortemente atingido por incêndios rurais de grandes dimensões, sobretudo nas regiões Norte e Centro. De acordo com os dados provisórios até 23 de agosto, cerca de 250 mil hectares já arderam em todo o país. Os fogos provocaram até agora quatro mortos, incluindo um bombeiro, vários feridos, alguns em estado grave, e prejuízos significativos em habitações e áreas florestais e agrícolas.
Para fazer face à emergência, Portugal recorreu ao Mecanismo Europeu de Proteção Civil, tendo recebido apoio com dois aviões Fire Boss, um helicóptero Super Puma e dois aviões Canadair.
Jornalista: Vitória Botelho