O PSD de Mirandela emitiu um comunicado a alertar o executivo da câmara municipal para o valor muito elevado das faturas do consumo de água, relativo ao mês de maio, que os habitantes do concelho têm vindo a receber nos últimos dias e que, em muitos casos, mais do que duplica o valor médio mensal da fatura.

“É tal o imbróglio criado nos valores apresentados em grande número nas faturas da água, que só vêm atormentar a vida das famílias e dos mirandelenses, gerando desconfiança, sobre um possível autofinanciamento dissimulado, por parte de um serviço público da administração autárquica, que, jamais, sequer, usar-se pensar”, adianta o comunicado.

Para a concelhia social-democrata, “fica claro que a iniciativa que melhor servia os interesses das famílias e empresas, era a proposta apresentada pelo PSD, que garantia um desconto de 50% em 4 faturas mensais de água, que terminava no próximo mês de julho e de fácil execução administrativa”, pode ler-se.

O PSD de Mirandela lamenta que o executivo PS não tenha aceitado a proposta do PSD, “quando em plena crise Covid-19, o combate político devia estar confinado para segundo plano, a bem dos interesses coletivos da população em geral”.

Com estes valores das faturas que os habitantes estão a receber, o líder do PSD diz mesmo que cai por terra a medida anunciada do executivo socialista de que os munícipes ficariam isentos do pagamento da fatura do mês de março, devido à pandemia da Covid-19. “Com esta faturação excessiva, este alegado benefício cai por terra sob pena de a câmara não oferecer coisa nenhuma”, adianta Paulo Pinto.

A finalizar, o PSD diz que esta comunicação “visa pressionar de forma bastante democrática e dialogante, o executivo PS, liderado por Júlia Rodrigues, na resolução dos litígios sobre os valores excessivamente cobrados nas faturas da água, evitando que, munícipes contra a sua vontade, se vejam obrigados a recorrer a apoio jurídico para o efeito, prática aconselhada pelo PS local, quando estava na oposição”.

Paulo Pinto refere-se a um episódio de faturas de água avultadas para pagar, em novembro de 2016, quando o executivo liderado por António Branco alegou, na altura, ter existido um erro informático.

Também o líder da concelhia do CDS diz ter conhecimento de muitas reclamações dos consumidores no Gabinete de Apoio ao Munícipe. “Tive a oportunidade de estar no GAM e ouvi muitas pessoas a contestar os valores exorbitantes que iriam pagar. Pelo que ouvi dos funcionários, as contas estão erradas e que vão repor os valores aos consumidores na próxima fatura, mas a autarquia não esteve bem neste processo”, diz Sérgio Casado.

Até ao momento ainda não foi possível obter explicações do executivo sobre este assunto.

Jornalista: Fernando Pires

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