Os trabalhadores da Varandas Sousa, antiga Sousacamp, a maior produtora de cogumelos do país, estão em greve, desde o passado sábado, até à próxima quarta-feira, depois de o sindicato ter apresentado um caderno reivindicativo, em Dezembro do ano passado, que acabou por ser rejeitado.

Esta manhã, em frente à fábrica de Benlhevai, em Vila Flor, onde está a sede da empresa, duas dezenas de trabalhadores estavam concentrados no exterior da fábrica munidos de cartazes de protesto. “Reivindicamos um aumento salarial, a diminuição da carga horária para as 35 horas, o aumento das diuturnidades, o dia de aniversário e os 25 dias de férias ”, sintetiza Sónia Oliveira, uma das funcionárias em greve.

Também alegam a falta de condições de trabalho na fábrica. “Por fora estão a tentar por a empresa muito bonitinha com cogumelos nos jardins, passadeiras, mas lá dentro temos estufas que estão uma lástima, chove no refeitório e não temos sequer um banco para nos sentarmos nas horas de lazer”, adianta Isabel Morais, outra funcionária da fábrica de Bennlhevai.

A todas estas reivindicações, Sónia Oliveira revela que a empresa “só diz que não tem condições financeiras para tal, não dando passo nenhum para um acordo ou uma conversação”, pelo que s não houver respostas, prometem continuar com mais greves, no futuro.

Um aumento salarial de 150 euros, a implementação de um sistema de diuturnidades assente em 10 escalões, 25 dias úteis de férias remuneradas e redução da carga semanal de trabalho para 35 horas são algumas das reivindicações dos trabalhadores da antiga Sousacamp.

A greve também acontece nas fábricas de Vila Real e Paredes.

O grupo passou por um processo de insolvência e a empresa foi adquirida em 2020 pela Core Capital, tendo sido perdoada uma dívida de cerca de 60 milhões de euros, por intermédio do Novo Banco.

Até ao momento, ainda não foi possível obter uma reação a esta greve por parte da administração da Varandas Sousa.

Jornalista: Fernando Pires

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