Artigo de Opinião de Andreia Hermeiro – Estudante Universitária

Foi há precisamente um ano que surgiu, em Portugal, o primeiro caso de covid-19. Um ano de difíceis contendas e adversidades, mas também de esperança e resistência. O mundo parou. E com ele, também Nós, fomos obrigadas a parar. Mas como é que estará a subsistir o pequeno comércio, nas pequenas cidades, tal como a nossa? 

É inegável o impacto devastador que empresários, lojistas e produtores sofreram com a pandemia económica – a Pandemia do Comércio Local. 

A deserção do turismo, aliado aos reduzidos apoios por parte do Governo, conduziu muitos destes empreendedores das Nossas Terras a fecharem as portas sem esperança (nem condições) para as abrir novamente. 

Basta um fugaz olhar pela janela de casa para vermos que as Nossas ruas e lojas – as que ainda têm as ditas portas abertas – estão incompletas de pessoas. E estão, também, despidas de turistas. É insólito ver uma região como a Nossa deserta destes convidados de honra que, na época de bom tempo que se avizinha, seria sinónimo de um aumento do fluxo turístico na nossa cidade. Com a chegada de repletos autocarros, chegava também grande parte das receitas dos nossos comerciantes. 

Mas será tudo negativo? Não! Com a chegada da pandemia e dos tempos difíceis, chegou também uma grande onda de solidariedade e empatia na nossa comunidade, em que começamos a valorizar as pequenas lojas e produtores locais e em que começamos a partilhar nas redes sociais as páginas destes empreendedores – como é o caso da publicação das couves de Natal do Sr. Sílvio, que bateu um recorde de partilhas no Facebook! 

Sem dúvida que estes tempos vieram alterar os hábitos de consumo de muitas pessoas. Assim como os meus também se alteraram: comecei a dar preferência à compra de fruta e legumes de pequenos agricultores em detrimento das compras nos hipermercados; comecei a fazer mais compras no minimercado do bairro; e as compras de Natal cá de casa foram todas feitas em lojas locais, com o objetivo último de fazer circular a economia Mirandelense. 

E o que é que cada um de nós pode fazer para ajudar? É simples! Continuar a onda de promoção da imensidão de produtos endógenos junto da família e amigos (e amigos dos amigos), e divulgar nas redes sociais as páginas destas lojas e negócios. Os comerciantes podem (e devem) adaptar-se à situação, reforçando a aposta no mundo digital, promovendo o take-away e indo ao encontro do cliente, tanto em casa, como no trabalho. 

Dar preferência ao que vem do coração dos nossos é a cura para a pandemia do comércio local. 

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