Por: Filipa Faria – Médica

Continua a ser o assunto do momento! Continuará a ser o assunto que nos tolda o pensamento e as ações. Somos definitivamente os protagonistas de um laudo da história que nos mudará permanentemente os atos e as relações.

O horizonte da restituição da liberdade dos direitos tal como os conhecemos até então, vai ser lenta e talvez nunca igual. Não podemos cair em ilusões nem idealismos em como a transmutação do estado de emergência para o de calamidade, nos trouxe mais liberdade ou garantias e que o pior já passou. Estamos sim, na pior fase da pandemia, naquela que após o envolvimento de múltiplos sectores governamentais, dependemos quase exclusivamente de nós próprios. A economia grita por uma retoma, sob risco de uma crise nunca antes vivida ou sentida. Iremos amargar qualquer passo em falso, com a convicção que o pior toca sempre ao vizinho.

Deparamo-nos pois numa era em que precisamos de coesão, responsabilidade civil e firmeza, com restrição dos nossos direitos e daqueles que nos rodeiam. Estamos a desenhar uma nova constituição, imposta por um “bicho” invisível e o nosso direito à liberdade deve trazer sempre consigo uma barreira, essa sim bem visível, de proteção individual, a inexorável máscara que nos acompanhará como peça fundamental na luta que 2020 preparou para cada um de nós. E não podemos impor à ciência nem à religião a responsabilidade única de alívio de um momento que queremos fazer crer ser passageiro. Essa virtualidade não ocorrerá, nem a vacina nos trará o desincumbirá do dever patriótico de encararmos este estado de calamidade com cautela, respeitosamente com olhar soslaio de serviços de saúde sobrecarregados e com indubitável vontade de servir. Os centros de saúde abrirão, acompanhando os demais serviços da sociedade. Abrirá com a convicção de que a sua população precisa de ser ouvida, atendida, orientada e alvo de uma visão holística. No entanto, se nos servirmos dos cuidados de saúde primários em catadupa, sem perceber a sua génese e os seus mecanismos, acabaremos por esgotar rapidamente as nossas reservas e certamente manchar o mérito que o mundo inteiro reconheceu a Portugal em conseguir contornar a chamada “fase aguda da pandemia”.

Em suma, que sejamos pois protegidos e protetores, usando a máscara individual (e não viseira). Que sejamos bons triadores daquilo que é emergente, urgente e de vigilância. Saibamos pois fazer a destrinça e aprendamos que se usarmos com conta, peso e medida os instrumentos que o serviço nacional de saúde nos dá, este irá ter a capacidade necessária para nos servir e dar a resposta que nele procuramos.

Filipa Faria
Médica de Família em funções na UCSP Mirandela 1

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