Começou a ser julgado no Tribunal de Bragança, esta semana, um grupo de oito pessoas, quatro mulheres e quatro homens, acusados de vários crimes de tráfico de droga, em Mirandela.

Os suspeitos, com idades compreendidas entre os 24 e os 56 anos, na sua maioria feirantes, foram detidos na sequência de uma operação da Polícia de Segurança Pública realizada em março de 2021, que permitiu a apreensão de provas que indicavam o envolvimento do grupo no tráfico de estupefacientes, nomeadamente heroína, cocaína e haxixe.

Na primeira sessão do julgamento, que se realiza no pavilhão do Nerba, em Bragança, vigiado por um forte dispositivo policial, um dos arguidos, que está detido em prisão preventiva, confessou a maior parte dos factos da acusação em tribunal, mas não confirmou todos os aspetos.

Segundo o Jornal Mensageiro, na edição desta semana, o arguido contou que se deslocava ao Porto uma vez por mês ou a cada 20 dias para se abastecer de cocaína e heroína, gastando nessa altura entre 150 a 200 euros na aquisição do produto estupefaciente que, depois, vendia em Mirandela e nas imediações desta cidade a consumidores que o contactavam por telemóvel.

Ainda segundo aquele semanário de Bragança, o arguido explicou que cada dose era vendida a 10 euros e paga em dinheiro no acto de compra, sublinhando que trabalhava por conta própria e não tinha ligações com os demais arguidos, que são todos da mesma família, nomeadamente os sogros e cunhados.

A sua mulher também é arguida no mesmo processo, mas o suspeito descartou o seu envolvimento no tráfico.

Os feirantes com ligações familiares, estavam a ser investigados há um ano e meio pela PSP quando foram detidos. 

Segundo a acusação, faziam distribuição direta aos consumidores de heroína e cocaína em vários concelhos do distrito de Bragança, nomeadamente em Mirandela, Bragança, Alfândega da Fé, Vila Flor e Macedo de Cavaleiros.

O ano passado, a operação da PSP envolveu mais de cem operacionais das várias valências desta força policial, nomeadamente a Unidade Especial de Polícia através do corpo de intervenção, grupo operacional cinotécnico e centro de inativação de engenhos explosivos.

A PSP aprendeu durante as buscas domiciliárias, realizadas na intervenção policial, algumas gramas de heroína, cocaína, haxixe e canábis, bem como material para embalamento/doseamento da droga, uma arma e quatro munições, 29 telemóveis, seis viaturas, entre outro material.

A maior parte dos detidos já tem antecedentes criminais e são ainda suspeitos de serem os responsáveis por conseguir movimentar armas e de exercerem o monopólio, por ameaças e extorsões, para que a sua ação fosse dominante e desenvolviam a sua atividade com centro nevrálgico em Mirandela.

Jornalista: Fernando Pires 

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