Com cerca de um milhão de euros, surge um novo projeto para procurar soluções para preservar as abelhas e recuperar o estatuto do mel em Portugal.

Chama-se BeeLand e foi apresentado em Mirandela, na passada segunda-feira, e tem como propósito estudar o setor e as mudanças provocadas pelas alterações climáticas, os incêndios ou a seca.

Através do financiado pelo Programa de Recuperação e Resiliência (PRR) e, envolvimento de 16 parceiros entre empresas, academia e organizações do setor apícola, tem um prazo de execução até 2025. Um período onde serão estudadas soluções para as novas realidades dos méis portugueses com Denominação de Origem Protegida (DOP).

De referir que Portugal tem nove regiões DOP onde o mel produzido obedece a uma série de regras definidas há 30 anos e que de certa forma podem estar desatualizadas.

Segundo os dados divulgados pelo Centro Nacional de Competências da Apicultura e Biodiversidade, uma das entidades envolvidas no projeto BeeLand, o mel certificado tem vindo a perder terreno, “com uma queda de cerca de 450 mil quilos em 2010 para 15 mil quilos em 2020, embora a produção total nacional de mel tenha aumentado até 2019”.

A transformação que está a acontecer na agricultura, com a plantação de espécies que necessitam de polinização, as condições climáticas, a procura de polinização de abelhas é algo que preocupa e por essa razão é que há necessidade de começar a ordenar o território.

Recorde-se que os apicultores referem que o setor atravessa uma cenário difícil e falam de um dos piores anos de sempre para a produção, com quebras de 80%. E é aqui que entra o projeto BeeLand que pretende perceber se nas nove regiões DOP a caracterização do mel se mantém igual ou se houve alteração devido à mudança de vegetação.

“A iniciativa inclui uma atividade que pretende definir uma estratégia de comunicação e comercialização para os méis DOP de Portugal, numa perspetiva de alargar o leque de locais onde poderá ser oferecido este produto, ao mesmo tempo que se procura a sua integração em cadeias curtas de comercialização”, adianta o Centro de Apoio Tecnológico Agro Alimentar (CATAA), numa nota divulgada.

Durante a apresentação do projeto foi ainda divulgada a instalação no polo de inovação da Direção Regional de Agricultura, em Mirandela, de campos experimentais para regenerar áreas incultivável com espécies autóctones, como rosmaninho, urze, para aumentar os efetivos de abelhas e ajudar a polinização desta área.

Jornalista: Rita Teixeira

Foto: Arquivo/Canal N

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