Artigo de Opinião de José Martinho – Tradutor oficial, Deputado Municipal em Lausanne (Suíça)

Portugal enfrenta, desde que me conheço, disparidades significativas entre o interior e o litoral. No entanto, nos últimos dias, durante este período natalício, os presentinhos que o Pai Natal socialista e o ainda primeiro-ministro António Costa (não) puseram no sapatinho dos transmontanos, suscitam sérias preocupações em relação à nossa região. Falo obviamente da exclusão da ligação de alta velocidade Porto-Bragança-Madrid do mapa ferroviário da rede transeuropeia e a incerteza em torno da continuidade do serviço aéreo entre Bragança e Portimão.

A decisão de não incluir a ligação de alta velocidade Porto-Bragança-Madrid no mapa ferroviário da rede transeuropeia é profundamente preocupante. Esta conexão seria não apenas uma infraestrutura de transporte, como também uma via crucial para o desenvolvimento económico e social de Trás-os-Montes. Ao negligenciar essa ligação, o Governo está, inadvertidamente (ou talvez não), a perpetuar as assimetrias regionais, limitando as oportunidades de crescimento e o acesso a recursos para a população local, comprometendo assim a vitalidade económica da região.

Por outro lado, a possibilidade de ficar sem serviço aéreo devido ao término do contrato de concessão com a Sevenair em Fevereiro de 2024, é um golpe adicional para Trás-os-Montes, demonstrando falta de compromisso com o progresso da região na abordagem governamental. A ligação aérea entre Trás-os-Montes e o Algarve é essencial para o desenvolvimento regional, facilitando o turismo, o comércio e o acesso a serviços essenciais. A não abertura de novo concurso até à presente data, demonstra uma negligência que pode ter sérias consequências para a região. Refira-se que o concurso público decorre pelo menos ao longo de um ano, o que significa que mesmo que seja aberto agora, não estará concluído até Fevereiro.

Reduzir as assimetrias entre o interior e o litoral é uma necessidade imperativa para garantir que todas as regiões do país possam prosperar. Negligenciar investimentos em infraestrutura de transporte essencial é negar oportunidades e recursos que são fundamentais para o crescimento económico e a qualidade de vida nas áreas mais remotas, sobretudo em territórios de baixa densidade. Para além dos benefícios económicos, a promoção do desenvolvimento no interior contribui para a preservação da diversidade cultural do país. Muitas vezes, essas regiões são guardiãs de tradições e modos de vida únicos que enriquecem a identidade nacional.

As decisões recentes do Governo em relação a Trás-os-Montes não só comprometem o presente da região, como lançam uma sombra sobre o seu futuro. Que adianta criar um Ministério da Coesão Territorial e ter uma Secretária de Estado do Desenvolvimento Regional em permanência em Bragança, se na prática se faz exatamente o contrário do que se apregoa? O progresso deve ser inclusivo, abraçando todas as regiões do país, e é imperativo que Trás-os-Montes não seja deixada para trás nesse processo. É crucial que o Governo reavalie a sua abordagem, de modo a promover um país mais equitativo, economicamente justo e culturalmente rico.

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