Artigo de opinião escrito por Rodolfo Moreno – Técnico Superior de Desporto

Após a pandemia causada pelo Covid19, esperava-se que viessem tempos de bonança tal qual depois de uma tempestade, depois de cessadas funções da TaskForce de gestão da pandemia o desligar do assunto foi quase total, salvo o habitual boletim diário.


Tempos conturbados se aproximam com a crise energética em curso, a escalada do preço dos combustíveis, o orçamento do Estado para 2022, os resultados das autárquicas 2021 e os efeitos colaterais do Brexit. Por este último se efetiva uma consideração, O Brexit parece e segundo a opinião pública britânica o guião de um filme de terror com protagonista Boris Johnson que diz serem “bumps on the road”, lombas na estrada que inicialmente se prefigurava um romance junto do comercio. Com a escassez de produtos petrolíferos, bens de primeira necessidade nas prateleiras dos supermercados, a subida da fatura energética e a desvalorização da libra, avisos de subida da taxa de inflação por parte do Banco de Inglaterra, o Natal à “porta” e a ausência de mão-de-obra para repor o andamento de uma nação parada, o alastrar na economia globalizada é o passo seguinte.


Na agenda internacional está debaixo de olho a subida do custo de produção de energia na China que deixa em alerta vermelho as nações ocidentais, em Inglaterra a preocupação imediata é conseguir abastecer o depósito das viaturas, na produção industrial chinesa verifica-se um abrandar de linhas de produção da industria metalúrgica na ordem dos 40%, industria química na ordem dos 10 a 20% e têxtil entre 5 e 10%, impactos que se esperam também nos pontos de carregamento de veículos elétricos e fabricas de painéis solares e exportações de aço a diminuir na ordem dos 9%.


Numa tentativa de alterar o paradigma definido por Trump cujo lema era “let it go alone”, o deixar circular livremente a China nos mercados internacionais foi revogado e instituído um plano de negócio entre Estados Unidos de Biden e China, em claro défice no alcance dos objetivos com a União Europeia a aderir e tributar o que anteriormente se conseguia livre de impostos, este processo levou a uma confusão na distribuição e tributação de mercadoria destinada ao consumidor final com milhares de encomendas retidas nos CTT e a não serem reclamadas pelos seus compradores nacionais devido a taxas de desalfandegamento e tributação bem como procedimentos administrativos “à portuguesa” e constrangimentos orçamentais para o bolso de alguns portugueses.


Seguindo a temática orçamental, mas para uma escala macro, o orçamento do estado para 2022 colocou alguns partidos políticos em bicos de pés, quem sabe embalados pela recente campanha eleitoral independentemente do resultado alcançado, perante o que se prevê que não será tempo para crises políticas.


Crise política antevê-se à direita na capital nordestina, não pelo resultado alcançado nas Autárquicas 2021, mas sim pelas mudanças anunciadas de elenco na concelhia e interesses de fações associadas, que se traduzem em oportunidade para a oposição da esquerda se organizar sem quezílias em torno de um candidato consensual e com um cenário confortável de preparação de uma verdadeira alternativa.

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