Artigo escrito por Carla Barroso Reis, Enfermeira na ULSTMAD, membro da APSAT (Associação de Profissionais de Saúde do Alto Tâmega)
Os rins são órgãos fundamentais para o equilíbrio do corpo humano. Como tal, não é surpresa constatarmos que a diminuição progressiva da função renal, resulte num comprometimento de essencialmente todos os outros órgãos. Cada um dos rins possui cerca de um milhão de “pequenos filtros”, chamados nefrónios. Se os nefrónios forem danificados, eles param de funcionar. Durante algum tempo, os nefrónios saudáveis podem compensar as funções, caso os danos continuem, os nefrónios não conseguem filtrar bem o sangue, o suficiente para o manter saudável. A função renal é avaliada pela filtração glomerular e a sua diminuição é observada na DRC, associada a perda das funções regulatórias, excretórias e endócrinas do rim.
A Doença Renal Crónica, é hoje considerada um problema de saúde pública e contribui para o aumento das doenças crónicas, cooperando, assim, como um fator determinante de fracos resultados em saúde. A DRC está associada a um risco aumentado de morbilidade cardiovascular, a mortalidade prematura e a redução da qualidade de vida. Esta doença, é considerada, uma ameaça mundial à saúde pública, na medida em que muitos países não possuem recursos para tratamento de pacientes em estados avançados, sendo a prevenção a abordagem mais racional para desacelerar este crescimento. A deteção precoce e o tratamento adequado da DRC são fundamentais para atrasar a sua progressão e obter melhoria de resultados clínicos através da redução de complicações, tais como eventos cardiovasculares e evolução para DRC estadio 5 com necessidade de Terapêutica Substituição Renal. As terapêuticas de substituição renal (TSR) são tratamentos que substituem as funções dos rins quando estes não conseguem desempenhar as suas tarefas, como a filtragem do sangue e a eliminação de resíduos. A TSR inclui a hemodiálise, a diálise peritoneal e o transplante renal. Portugal apresenta as taxas mais elevadas de incidência e prevalência de DRC em estadio 5, da União Europeia. Apesar do tratamento da DRC estadio 5 com a diálise e/ou transplante renal surgir em apenas 1% das pessoas com DRC, continua a ser o mais caro das doenças crónicas e reduz significativamente a expectativa de vida.
Tal como o nome indica, uma vez instalada, a doença renal crónica não tem cura e estará presente para toda a vida do doente.
Mais frequente, é a função renal ir piorando ao longo dos anos. Se a doença renal é detetada precocemente, a medicação e as mudanças na alimentação e no estilo de vida podem prolongar a vida dos seus rins e permitir que continue a sentir-se bem por mais tempo.
Segundo vários estudos, existem alguns fatores de risco, que fazem aumentar a suscetibilidade para DRC, tais como: Hipertensão Arterial, Diabetes, Doença Cardiovascular, idade, uso abusivo e não controlado de medicações nefrotóxicas, obesidade (índice de massa corporal ≥30 Kg/m²), tabagismo, antecedentes de um episódio de insuficiência renal aguda ou lesão renal aguda, história familiar de insuficiência renal.
Consideram-se hábitos saudáveis de vida, rotinas que incluem tempo e compromisso com uma tarefa ou estilo de vida benéficos para a saúde. A informação e literacia em saúde, tem o objetivo de empoderar uma comunidade, colocando à sua disposição, ferramentas essenciais para uma participação ativa no seu processo de saúde. Participe no seu!