Artigo de opinião de Elói Gouveia Santos – Responsável de Comunicação Empresa Pública Municipal

É elementar regra de educação que quando alguém irrompe pelo nosso dispositivo adentro, computador ou telemóvel, se apresente. Para que saibamos, ao menos, o que esperar de um sujeito que não conhecemos de parte alguma.

O nome já o saberá, mas pouco diz. Que é raro, bem se vê. A idade não acrescenta muito, até porque os anos, para além das canseiras, pouca utilidade têm quando se trata de saber “quem”.

A formação académica diz mais sobre o que foi e não tanto sobre o que é.  Com alguma imodéstia, direi que procuro em todos os momentos ser Humanista. O que é bem mais exigente do que ser humano, que mais não é do que existir. O Humanismo, tal e qual o vejo, deve ser uma atitude continuada, um ponto de exclamação no meio de tantas reticências. Sou alguém que crê na economia instrumental. Apenas. Não tenho outro partido além do meu pensamento.

Assumo-me como um portuense enamorado pela sua própria cidade, mas que tem dois amores.

O segundo, à vezes o primeiro, mora lá para os lados de Foz Côa. Uma outrora aldeia que agora é lugar, que uns quaisquer burocratas nos querem obrigar a esquecer. Enfim…

Trás-os-Montes e o Douro, alarguemos o espetro, foram outrora o Reino Maravilhoso. Sê-lo-ão ainda? Lá iremos. A viagem ainda agora começou. Não se esperem respostas, apenas perguntas. Sou pela gargalhada, essa que Eça atirava à política como se de uma granada se tratasse. Torga que tão brilhantemente apelidou de maravilhoso “este” Reino, talvez se surpreendesse hoje em dia.

Régio amava o longe e a miragem. Talvez amasse o interior sem que disso suspeitasse.

O´neill criou o “há mar, há mar, há ir e voltar”. Falta alguém que lembre ao mundo que o interior e Trás os Montes têm beleza e pontes. Recomendaria a prudência que não se falasse de corda na casa do enforcado, que é como quem diz que não se falasse de desertificação quando se escreve para uma região que tanto tem sofrido do mal.

Pessoa garantia que faltava cumprir Portugal. Talvez ainda falte. Falta seguramente reinventar, não só o país como também o modo de viver. Entre digital, pandemia e liberalismo, muitos estão a ser empurrados para as bordas da dignidade. Voltando a uma pergunta de Saramago: quantos pobres são precisos para se criar um rico?

Isto anda tudo ligado. Até quando? A esta responda quem puder, e não sou eu.”

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