Artigo escrito por Joana Nunes, Gastrenterologista e Hepatologista no Hospital da Luz, membro da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia 

O fígado é um dos órgãos mais incríveis do corpo humano tal como Pablo Neruda destaca na sua Ode ao Fígado: “Enquanto o coração ressoa e atrai a música do bandolim, lá dentro, tu filtras e repartes, tu separas e divides, tu multiplicas e lubrificas, tu levantas e reúnes os fios e as ervas da vida, o destilado final, as essências íntimas.”

Mas quando a gordura se acumula em excesso neste órgão vital, estamos perante uma condição chamada esteatose hepática – mais conhecida como fígado gordo.

O que causa o fígado gordo?

Existem várias causas possíveis, mas as mais comuns são:

  • Obesidade, sobretudo abdominal;
  • Consumo excessivo de álcool;
  • Sedentarismo;
  • Dieta rica em gorduras saturadas e alimentos ultraprocessados;
  • Diabetes tipo 2 e colesterol elevado;

Todos estes fatores contribuem para a resistência à insulina e a inflamação crónica, criando o cenário ideal para o fígado começar a acumular gordura. Estima-se que entre 70 a 90% das pessoas obesas desenvolvam esta doença.

Como se diagnostica?

A esteatose hepática é assintomática. Muitas vezes é descoberta por acaso, através de análises de sangue ou numa ecografia abdominal – o exame mais usado para o diagnóstico. O fígado gordo é silencioso. Muitas vezes é descoberto por acaso, numa ecografia abdominal. Pode estar associado a alterações nas análises do fígado. 

Devo preocupar-me?

Sim. O fígado gordo é um sinal de desequilíbrio metabólico. Está associado a:

  • Dobro do risco de desenvolver diabetes mellitus tipo 2
  • Doença cardiovascular (ex: enfarte do miocárdio)
  • Evolução para fibrose (cicatrizes no fígado), cirrose e, em casos raros, cancro do fígado.

A fibrose pode ser avaliada de modo simples com a realização de exames como a elastografia hepática transitória (ou Fibroscan®).

Embora apenas 5 a 10% dos casos evoluam para cirrose hepática, a elevada prevalência da doença (30% da população!) faz com que o impacto seja grande a nível de saúde pública.

Como posso prevenir ou reverter a situação?

Aqui está a boa notícia: o fígado gordo é reversível na maioria dos casos com mudanças simples no estilo de vida.

5 passos para um fígado mais saudável:

  1. Perder peso de forma gradual – perder 5 a 10% do peso corporal já faz diferença
  2. Adotar uma alimentação equilibrada – rica em frutas, legumes, cereais integrais e proteínas magras
  3. Evitar gorduras saturadas e açúcares adicionados
  4. Fazer atividade física regular 
  5. Reduzir ou eliminar o consumo de álcool

Um problema sério, mas com solução

O fígado gordo é um alerta silencioso, mas que não deve ser ignorado. Está nas nossas mãos prevenir complicações e melhorar a saúde do nosso corpo. Pequenas escolhas diárias fazem toda a diferença.

O Mês da Saúde Digestiva é uma iniciativa da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia.

Saiba mais em www.saudedigestiva.pt

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