Artigo de opinião escrito por Tiago Morais – Licenciado e Mestre em Biotecnologia pela Universidade de Aveiro, estudante de Doutoramento em Química na Universidade de Aveiro e Háskóli Íslands (Islândia) e vice-coordenador do Núcleo de Bragança da Iniciativa Liberal

No passado mês de Dezembro, Fernando Medina, Ministro das Finanças, assinou a injeção de 990 milhões (M) de euros para a TAP. TAP, uma companhia aérea que dispensa apresentações. Não porque estamos todos habituados a voar na TAP, mas porque nos habituamos a ver dinheiro a voar das nossas carteiras para a TAP.

Acho então por bem refletir sobre a pergunta: “O que daria para fazer com este dinheiro no Distrito de Bragança?”.

Comecemos pelas câmaras municipais. No nosso distrito existem 12: Alfândega da Fé, Bragança, Carrazeda de Ansiães, Freixo de Espada à Cinta, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mirandela, Mogadouro, Torre de Moncorvo, Vila Flor, Vimioso e Vinhais. O orçamento total das 12 câmaras para 2023 será de aproximadamente 300 M. Logo, com os 990 M injetados há uns dias na TAP daria para triplicar o orçamento das 12 câmaras.

Na área do ensino, é um facto que as escolas nem sempre têm as melhores condições para os seus estudantes. No passado ano de 2020, foram terminadas as obras na Escola Secundária de Mirandela no valor de 3.2 M, tornando esse espaço muito mais agradável e preparado para os jovens que o frequentam. Com os 990 M daria para fazer 309 obras de requalificação de escolas deste género – imaginem o número de estudantes que seria beneficiado!

É sabido também que o distrito de Bragança sofre com um problema de infraestruturas, tendo imensas estradas degradas ou falta de opções de transportes para fora do distrito. No ano passado, foi contratualizada a melhoria da estrada Bragança-Puebla de Sanábria com um custo de cerca de 16 M. Com os 990 M daria para fazer 62 destas obras – imaginem as estradas que dariam para melhorar dentro do nosso distrito!

Na saúde, várias obras e reformas estruturais precisam de ser feitas para dar resposta a todas as necessidades. No ano de 2020 foi assinado o auto de consignação de obras no Hospital de Bragança, tendo sido acordado o melhoramento do bloco operatório, o laboratório de patologia clínica e a construção de uma central de esterilização. O custo da obra é cerca de 3 M de euros. Com os 990 M daria para fazer 330 obras deste género em hospitais – imaginem a melhoria de condições hospitalares a que teríamos acesso.

Burocracias, entraves, complexidade e falta de apoio – palavras que facilmente pensamos quando queremos discutir empreendedorismo e criação de empresas. A Faurecia, uma multinacional Francesa, sendo dos maiores fabricantes mundiais de equipamento automóvel, decidiu apostar em Bragança. O Estado apoiou o alargamento da Faurecia em Bragança com cerca de 14 M de euros. Esta aposta da Faurecia em Bragança levou à criação de cerca de 600 postos de trabalho. Com os 990 M, seria possível apoiar 70 empresas com 14 M cada uma, o que resultaria na criação direta de milhares de empregos. Além disso, essas novas empresas gerariam riqueza económica, o que levaria à criação indireta de dezenas de milhares de empregos adicionais.

Como nota final, compete-me dizer que deixar o ex-ministro Pedro Nuno Santos (e companhia) brincar aos aviões saiu caro a nós, Portugueses! E há apenas um partido que sempre foi contra a nacionalização da TAP desde o início: Iniciativa Liberal.

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