Artigo de opinião de Maria Luís Domingues, Enfermeira na ULSTMAD, membro da APSAT (Associação de Profissionais de Saúde do Alto Tâmega)

Chegou a primavera! 

Vem aí o bom tempo, dias de sol, as flores, mas também os pólenes e as alergias. Durante a primavera, ocorre uma intensa libertação de pólen por árvores, gramíneas e ervas daninhas. O pólen, apesar de ser essencial para a reprodução vegetal, é um dos principais alergénios sazonais. Esse período favorece a disseminação de partículas alergénicas no ambiente, impactando significativamente indivíduos com predisposição a doenças respiratórias. Estudos indicam que a exposição ao pólen e outros alérgenos pode agravar quadros clínicos de asma, rinite alérgica e bronquite, influenciando negativamente a qualidade de vida dessas pessoas. Quando inaladas, essas partículas podem desencadear reações imunológicas exacerbadas em indivíduos atópicos, mediadas pela ativação de células do sistema imunológico, como mastócitos e eosinófilos, resultando em liberação de histamina e citocinas pró-inflamatórias. Isso provoca sintomas como rinorreia, espirros, prurido ocular e obstrução nasal, além de exacerbações asmáticas em pessoas predispostas. Segundo a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC), estima-se que cerca de 30% da população portuguesa sofra de rinite alérgica, sendo esta prevalência superior durante a primavera. A quantidade de pólen no ar pode ser monitorizada através de boletins polínicos regionais, úteis para o planeamento da medicação preventiva.

Doenças Respiratórias Comuns na Primavera

As doenças respiratórias que apresentam maior incidência e/ou exacerbação durante a primavera incluem:

Rinite Alérgica: Uma resposta inflamatória mediada pela imunoglobulina E contra aeroalérgenos, resultando em congestão nasal, prurido e hipersecreção mucosa.

Asma: Doença inflamatória crônica das vias aéreas, frequentemente exacerbada pela exposição ao pólen e ácaros, causando broncoconstrição e hiperreatividade brônquica.

Bronquite Alérgica: Pode ocorrer como resposta a irritantes ambientais, levando a inflamação persistente dos brônquios e aumento da produção de muco.

Conjuntivite Alérgica: Inflamação da conjuntiva ocular devido ao contato com aeroalérgenos, frequentemente associada à rinite alérgica. 

Pessoas com doenças respiratórias crónicas, como asma e DPOC, são particularmente vulneráveis durante a primavera. A exposição aos alergénios e aos poluentes pode levar a exacerbações da sintomatologia, aumento do uso de medicação de alívio e, em casos graves, hospitalizações.

A asma alérgica é um dos subtipos mais afetados, uma vez que os alergénios sazonais funcionam como gatilhos para crises respiratórias. A literatura científica sugere uma correlação entre os níveis de pólen e as admissões hospitalares por asma durante a primavera.

Prevenção e Estratégias de Minimização de Sintomas

O controle das doenças respiratórias na primavera requer uma abordagem multidisciplinar, incluindo medidas ambientais e farmacológicas:

Redução da exposição ao pólen: Evitar espaços relvados ou arborizados, uso de barreiras físicas como máscaras e manutenção de ambientes internos com purificadores de ar e humidade controlada.

Medidas farmacológicas: Uso de anti-histamínicos de segunda geração, corticosteroides intranasais e broncodilatadores para controle sintomático, conforme prescrição médica.

Imunoterapia específica: Indicada para casos moderados a graves de alergia ao pólen, modulando a resposta imunológica e reduzindo a hipersensibilidade ao longo do tempo.

Acompanhamento médico contínuo: Pessoas com história de exacerbação da doença respiratória, durante a primavera, devem ter acompanhamento de pneumologistas ou alergologistas para ajuste terapêutico conforme necessário.

A primavera, embora represente um período de renovação natural, apresenta desafios clínicos significativos para pessoas com doenças respiratórias. A compreensão dos mecanismos fisiopatológicos envolvidos e a adoção de estratégias preventivas e terapêuticas baseadas em evidência são fundamentais para a redução da morbidade associada. Dessa forma, a adoção de medidas preventivas, medidas farmacológicas e estilos de vida adequados podem contribuir para uma melhor qualidade de vida das pessoas predispostas a doenças respiratórias.

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