Artigo de opinião de Nuno Pires, Enfermeiro na ULSTMAD, membro da APSAT (Associação de Profissionais de Saúde do Alto Tâmega)

A sirene toca.
Não conseguimos perceber porquê.
Em poucos minutos, uma equipa composta por um médico e um enfermeiro sai em alta velocidade ao encontro de alguém em risco de vida.
É desta forma que se pautam os dias das Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação (VMER), um dos pilares fundamentais do Sistema Integrado de Emergência Médica em Portugal.
Estas equipas especializadas intervêm em situações críticas: como paragens cardiorrespiratórias, acidentes graves, AVC, enfartes agudos do miocárdio ou outras emergências com risco de morte iminente. Partem para o desconhecido com um objetivo claro: estabilizar o doente no local e garantir o transporte seguro e rápido para uma unidade hospitalar, aumentando significativamente as hipóteses de sobrevivência e recuperação.
Alguma vez nos questionámos que por trás das luzes azuis e da resposta rápida, existe um trabalho profundamente exigente? As equipas da VMER lidam com o inesperado, com decisões que têm de ser tomadas em segundos e com contextos emocionalmente marcantes. A variabilidade é colossal e vai desde uma criança em paragem cardiorrespiratória até a um acidente de viação com múltiplas vítimas.
A exigência física e emocional é imensa. Os profissionais trabalham por turnos, muitas vezes em condições climatéricas adversas, cansados e lidando, permanentemente, com a frustração de não conseguir salvar todos os doentes. Confrontam-se com a dor, o desespero das famílias, e situações de violência ou insegurança. E, apesar de tudo isso, voltam ao serviço envergando a mesma missão: salvar vidas.
O impacto emocional é real e silencioso. Muitos profissionais carregam consigo histórias difíceis, que os marcam para sempre. O stress acumulado, o medo de errar, o desgaste físico e a pressão constante afetam a saúde mental e a qualidade de vida. O apoio psicológico e o trabalho em equipa são essenciais para manter o equilíbrio e a motivação.
Além da intervenção direta, estas equipas têm também um papel educativo. Ensinar a população sobre a importância da chamada atempada para o 112, reconhecer sinais de alerta (como os de AVC ou enfarte) e desmistificar procedimentos como a reanimação cardiopulmonar são tarefas fundamentais para melhorar a resposta comunitária à emergência.
A VMER não é apenas um serviço: é um compromisso com a vida. Este compromisso é assumido por profissionais altamente qualificados, preparados para atuar nos momentos mais críticos, onde cada segundo conta.
Da próxima vez que vires uma viatura a passar com urgência, lembra-te: ali dentro vai muito mais do que equipamento médico — vão duas pessoas a lutar contra o tempo, com coragem, conhecimento e, sobretudo, com muita paixão.

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