Por: Tiago Morais – Estudante Universitário *

Até que ponto vale a pena, para um jovem, ingressar no associativismo?

Vou contar um pouco do que tem sido a minha experiência no associativismo estudantil desde que ingressei no Núcleo de Estudantes de Química da Associação Académica da Universidade de Aveiro. Para quem acabou de entrar numa Universidade e tem toda uma panóplia de atividades à disposição, o pensamento passa por querer aproveitar cada uma delas e não por questionar sobre o quão deve ser preciso fazer para as organizar. O tempo vai passando e por vezes somos deparados com situações em que, aleatoriamente ou não, nos é pedida ajuda nem que seja para levar uma caixa de um departamento para outro. Num outro dia estamos a levar umas mesas para o local do evento, porque um amigo do Núcleo nos pediu ajuda de novo. Situações pontuais que parecem irrelevantes, mas que, no meu caso, fez crescer uma vontade de fazer mais e de me envolver “a sério”.

No meu caso, esse envolvimento começou como colaborador em 2018 e em janeiro deste ano tomei posse como vogal. Fazendo uma analogia com a Natureza, o Núcleo é como um pássaro progenitor que dá um empurrãozinho à cria para fora do ninho quando está na altura desta aprender a voar. E não é que voamos mesmo? Somos obrigados a sair da nossa zona de conforto e, num piscar de olhos, a pessoa tímida está a falar para uma plateia e a pessoa que andava sempre sem tempo passa a conciliar aulas com reuniões e eventos diversos. Por vezes, fins-de-semana em família são substituídos por trabalho na preparação para alguma atividade. E, por estranho que pareça, coisas simples conseguem deixar uma pessoa a sentir-se realizada. É aquele sentimento de dever cumprido e a sensação de que estamos a ser úteis. Aprende-se a trabalhar para que as coisas corram bem e não a trabalhar para receber um elogio. Aprende-se a lidar com as críticas e a fazer delas ferramentas para melhorar numa próxima vez. Um evento sem críticas ou pontos menos bons, é um evento que provavelmente teve pouca adesão.

É certo que uma passagem, seja ela breve ou longa, enriquece o currículo de um estudante. É a prova de que procurou ser dinâmico e de que não se limitou a estudar. No entanto, o associativismo não deve ser visto como uma maneira mais fácil de entrar no mercado de trabalho porque estaríamos a entrar no associativismo com o espírito errado, a procurar que ele nos servisse em vez de sermos nós a servir o associativismo. Porém, não tenho dúvidas nenhumas de que as competências que nele adquirimos nos servirão de muito no futuro. Não se conformem, não se limitem a observar quem faz, procurem fazer também!

* Tiago Morais, natural de Mirandela e Licenciado em Biotecnologia pela Universidade de Aveiro. Atualmente frequenta o Mestrado em Biotecnologia na Universidade de Aveiro e é Vogal do Setor Desportivo-Cultural do Núcleo de Estudantes de Química da Associação Académica da Universidade de Aveiro.

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