Artigo de Opinião escrito por Bárbara Rodrigues – Técnica Superior na empresa Resíduos do Nordeste e representante da Comissão Técnica de Acompanhamento de Políticas de Gestão de Resíduos

Desde o início da Pandemia Covid-19 não têm faltado análises sobre o futuro coletivo, associadas ao combate às alterações climáticas e sustentabilidade. Aliás, nestes últimos meses estas palavras têm sido muitos utilizadas nas redes sociais e revistas de opinião. A vacinação em massa é sem dúvida um ato de responsabilidade coletiva para garantir um futuro próximo seguro e saudável. As eleições preparam e planeiam um futuro coletivo, mas não vou falar de política nem de Pandemias…

Este reino maravihoso infelizmente não conseguiu alicerçar um futuro coletivo nos últimos 10 anos, será que as políticas deste território não se focaram nas pessoas? Perdemos o maior número de população residente nunca antes visto, não conseguimos fazer frente à litorização. Apesar de Vila Real e Bragança serem os municípios com menores quedas, ainda assim, o balanço é negativo. Será mesmo “que santos da terra não fazem milagres”? Falta sangue jovem a este território? Planeia-se de longe (secretária) para quem está longe? Invocam-se os jovens nos desafios desta região?

Os movimentos, grupos de jovens sempre foram e serão muito importantes do ponto de vista social, político, ambiental e económico. Mas o que é realmente feito hoje da juventude? Como bem li há poucos dias, “a juventude atual é um ideal de beleza física e um conjunto de hábitos e práticas de consumo e modas vestimentárias”. Sem dúvida que urge a renovação do saber, caso contratário não se garante um futuro coletivo. Há um fosso enorme nas empresas, na imprensa, nas universidades, p.e. no setor onde trabalho, assistimos a setor de resíduos envelhecido, muitas das vezes a experiência serve de máscara ao sénior e lhe garante que tudo continua na mesma”. E que relação tem este paragráfo com Sustentabilidade? Fácil, por definição a sustentabilidade é a capacidade de satisfazer as nossas necessidades no presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades.

Estamos a um mês do prazo para a formalização dos projetos ao abrigo dos primeiros Avisos do Plano de Recuperação e Resiliência para Portugal, um contra-ataque na definição dos melhos pactos e projetos mobilizadores. Entre muitos requisitos de elegibilidade, as candidaturas têm (e bem) que incluir PME e vingarão apenas aquelas que demonstrarem o seu contributo para a neutralidade carbónica e resiliência energética. Isto para dizer que sem dúvida que um futuro coletivo sustentável se faz de investimento público, mas este tem que estar orientado e ciente que é necessária uma grande reforma também nesta região.

E a tecnologia? Sem dúvida que a tecnologia entre outras vantagens, é uma força motriz para os novos desafios, permitirá “ligar pontas” entre setores de atividade, sim, reforço as simbioses intersetoriais não só de conhecimento, mas de dados, de indústrias…Mas as estratégias digitais requerem um “casamento perfeito” com as estratégias físicas, porque são pessoas que as vão utilizar/controlar, e se não queremos deixar nínguém para trás, falemos então de literacia.. mas talvez para o próximo artigo!

Slider